sábado, 11 de abril de 2015

Por Rafael Libaneo

Todos os dias, vários gays sofrem de diversos tipos de agressão, sendo a mais comum a verbal.

Segundo o Grupo Gay da Bahia, o Brasil lidera o ranking mundial de ataques homofóbicos e, no ano de 2014, estimava-se que a cada 28 horas, um individuo homossexual é agredido. 

Hoje, quarta-feira, é um dia bem conhecido dos brasileiros: o dia do futebol. Paixão nacional e palco de muita rivalidade. Mas infelizmente palco de muito preconceito e machismo. Estamos cansados (na verdade não) de tratar desses assuntos no blog, mas é pertinente e acho que toda e qualquer discussão para a desconstrução desses “valores”, é válida. 

Chamar alguém de viado e mulher são os principais xingamentos do futebol, mas não so no futebol, e sim de todos os dias. 

Mas por que?
Na sociedade em que estamos inseridos, a imagem da mulher e do gay são inferiores, sinónimo de fraqueza e imperfeição, opa, pera aí!!!!

Nada disso! Cada cidadão tem o direito de ser e agir como se sentir melhor, e ninguém tem o direito de interferir na individualidade de cada um.

Vivemos nessa sociedade em que já existem padrões definidos do certo e do errado, e toda vez que a sacra família (mineira) brasileira é supostamente ameaçada, abrimos mão do raciocínio lógico e partimos para a agressão verbal e algumas vezes física. Parar e pensar duas vezes antes de agir pode iluminar essa cabeça preconceituosa. Mas aparentemente, fazer piada pode, pois piada não ofende e se você reclama, você esta se tornando o “defensor chato do politicamente correto”. Não! Ta errado! Não deve ser uma questão de "politicamente correto" e sim de simples respeito pelo outro! Diminuir uma pessoa usando o que o outro é, é uma imensa falta de respeito que so gera mais ódio na nossa sociedade, como se já não fosse bastante a violência de todo dia.
Mais uma vez, vamos colocar a mão na consciência e ver que nem sempre o que nos julgamos ser so uma "brincadeirinha", é realmente so uma brincadeira e não um julgamento preconceituoso.

Um outro ponto importante, e que ainda me espanta muito, são os casos de homofobia provenientes do meio LGBT.

Cada indivíduo é singular, ninguém é igual a ninguém e é isso que faz o mundo um lugar mais legal. Mas desse mesmo ponto positivo, nasce um ponto negativo: “Afeminados, viados, bixas loucas, maricas, barbies, frescos etc”. Esses e outros são adjetivos pejorativos aplicados a todos os gays que desejam levar sua vida de uma forma diferente do que é pregado. Por mais que a luta seja diária e incessante, a heteronormatividade é um padrão difícil de se apagar.

Grindr, Hornet, Scruff etc, são aplicativos direcionados ao público gay, e variadas são suas finalidades, mas uma coisa é certa, se você for afeminado, com toda certeza, será rechaçado por vários usuários. 

                                     

      Esses usuários se intitulam “machos”, procurando outros “machos” para um “lance de boa” onde os dois devem se comportar como “machos”, ou seja, manter a postura, o tom de voz, o modo de falar entre outras coisas, num padrão heterossexual.

                                    
Mas Rafael, não entendi seu ponto…

Calma, eu explico: os gays que agem de forma afeminada, ou seja, trazem em si trejeitos, voz ou qualquer outra característica feminina, não servem para esses outros gays que procuram machos. As características femininas (para alguns gays) não é correta, é colocada como uma forma de destruição da imagem de homem. É muito comum ouvir a argumentação dos “machos” afirmando serem gays, mas ja que são gays, querem homem, e não mulher. Trazendo novamente o discurso preconceituoso.

O machismo esta impregnado no mundo gay e precisa ser esclarecido de uma vez por todas! Gays e mulheres lutam diariamente para terem seus direitos reconhecidos, serem respeitados para poder ter uma vida “normal”, ja que, no caso dos gays, não é nada normal. 
      “Afirma-se — como axioma imutável — que as mulheres são socialmente inferiores, porque são naturalmente inferiores aos homens. E qual a prova disso? Que as mulheres são mães. Afirma-se que a natureza condenou o sexo feminino a uma posição inferior” (REED, Evelyn).
Ou seja, a imagem da mulher traz uma carga pejorativa utilizada pela sociedade. A forma mais utilizada de xingamento para o rebaixamento de um homem é, sem dúvida alguma, chama-lo de mulher. A mulher é fraca, sofre, chora a toa, ano é dominante, não tem metade das capacidades de um homem e dai pra baixo.

Até quando?

Fonte: 

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